Como a Fiat Titano fez a Renault Alaskan voltar a sorrir para o Brasil

01/09/2023



A Renault Alaskan finalmente vai desembarcar no Brasil. A Mobiauto já revelou informações a respeito disso, e a picape ganhará até uma reestilização, aos moldes da Chevrolet S10, para chegar com visual atual. O que você talvez não saiba é que a “culpa” dessa chegada é da Fiat Titano.

 

A grande questão a respeito das picapes médias é o seu custo. Todas, sem exceção, são caras e possuem versões na casa dos R$ 300 mil. Isso necessariamente acarreta certo nível de equipamento e potência, algo que a Renault Alaskan não poderia entregar.

 

Dessa forma, a marca francesa estudou o mercado e ficou receosa de entrar nessa briga com um produto abaixo da concorrência, ainda que custasse menos. A Stellantis não teve esse medo e resolveu trazer a Peugeot Landtrek fantasiada de Fiat para competir justamente na faixa de entrada do segmento, o que abriu os olhos da Renault para essa faixa de preço.

 

Obviamente há outros fatores, como: crescimento do mercado de picapes; estabilização e até queda na cotação do dólar em relação ao real; retomada na sinergia da aliança Renault-Nissan em âmbito global; desejo de renovar o portfólio e investir em segmentos de maior valor agregado.

 

Contudo, só a presença no Brasil, o mais importante mercado da América do Sul, justifica o volume de investimento necessário para que a Alaskan seja fortemente renovada. Por isso, sua presença no portfólio brasileiro a partir dessa atualização é considerada “mandatória”, conforme apurado por nossa reportagem.

 

Reestilização com ares de nova geração

 

Para lançar a Alaskan no Brasil, a Renault prepara um pacote robusto de atualização do projeto, lançado na Argentina em 2016 e que, portanto, já está há sete anos à venda sem ter passado por nenhum tipo de modificação.

 

A Mobiauto apurou que a Renault prepara uma “forte reestilização” da Alaskan, em trabalho que vem sendo liderado pelo time brasileiro de design e engenharia. A atualização ocorrerá não apenas no visual externo, que deve adotar a atual identidade estética da marca, como também no interior, com mudanças importantes nos painéis e no acabamento.

 

A estratégia será muito parecida com o que a GM fará com a Chevrolet S10 e a Toyota com a Hilux: um facelift profundo, com ares de nova geração, porém sem trocar a plataforma ou a carroceria.

 

Protótipos da Alaskan renovada devem começar a ser flagrados na Argentina e no Brasil até o fim deste ano ou, mais tardar, começo de 2024. O lançamento está previsto para ocorrer entre o final do ano que vem ou primeiro trimestre de 2025.

 

Motor de até 190 cv

 

O motor não deve mudar. A Alaskan utiliza o propulsor M9T turbodiesel de origem Renault, importado da França, um 2.3 quatro-cilindros em linha com 16 válvulas. Ele é oferecido em duas especificações: turbo único, com 160 cv de potência e 41,4 kgfm de torque (dCi 160); biturbo, com 190 cv e 45,9 kgfm (dCi 190)

 

No primeiro caso, o câmbio é manual de seis marchas. No segundo, automático de sete. A novidade é que o conjunto será atualizado para os parâmetros de emissões do Proconve L8, que entrará em vigor em 2025 e equivalerá ao padrão Euro 6. A configuração atual do Renault M9T está adequado ao Euro 5, ciclo anterior.

 

Já a Fiat Titano terá um 2.2 turbodiesel, que na Peugeot Landtrek chilena entrega 180 cv e 40,8 kgfm de torque. O câmbio será sempre automático de seis marchas.

 

Renault Alaskan: dimensões e capacidades

 

Por outro lado, a forte renovação da Alaskan não deve acarretar mudanças substanciais em suas dimensões, que atualmente são: 5.318 mm de comprimento; 3.150 mm de entre-eixos 1.850 mm de largura; 1.815 mm altura (sem contar os retrovisores externos). Seu comprimento é 0,7 cm menor que o da Hilux e o entre-eixos, o mesmo da Frontier.

 

A rival da Fiat é maior, tem 5.390 mm de comprimento na configuração cabine dupla, sendo 1.963 mm de largura, 3.180 mm de entre-eixos e até 1.835 mm de altura.

 

A Alaskan deve ser comercializada sempre com cabine dupla (exceto em projetos para frotistas), com capacidade de carga entre 1.040 kg e 1.115 kg, a depender da versão e da motorização, e peso em ordem de marcha entre 1.920 kg e 2.075 kg.