Como funciona o pneu à prova de furos que substitui o ar por vidro

12/06/2023



Imagine um mundo no qual não será mais preciso calibrar os pneus ou sujar suas mãos para trocá-los, pois eles não furam. O pneu sem ar da Michelin, criado em parceria com a General Motors, já é realidade: foi aprovado na fase de testes e tem previsão de começar a ser comercializado em 2024.

 

Ainda parece um sonho distante, mas, considerando que já estamos entrando no segundo trimestre de 2022, até que não está tão longe assim. Seu nome é Uptis, sigla em inglês para Sistema Único de Pneu à Prova de Furos.

 

A fabricante, no entanto, ainda não se posicionou sobre quanto os pneus que não furam custarão para o consumidor, nem se eles são capazes de encarar qualquer tipo de terreno.

 

Por enquanto, só nos contou a parte boa da história, que não diz respeito apenas ao cliente final, mas também ao meio ambiente. Isso porque, segundo a Michelin, cerca de 20% dos pneus fabricados são descartados todos os anos, simplesmente por sofrerem uma pequena avaria.

 

Isso significa que 200 milhões de pneus são jogados fora no mundo todo, boa parte deles simplesmente por ter passado sobre um prego. Um desperdício estratosférico de energia de produção e matéria-prima, e um prejuízo gigantesco para o meio ambiente.

 

Enquanto o grande lançamento não acontece, vamos te explicar como funciona esse novo pneu em cinco curiosidades.

 

Pneu que não fura: cinco detalhes sobre seu funcionamento

 

1. Fibra de vidro ao invés de ar:

O pneu que não fura possui bandas de rodagem como um pneu comum, só que, ao invés de uma câmara fechada com ar pressurizado, é preenchido por lâminas de fibras de vidro. Isso é o que podemos chamar de reinventar a roda.

 

A grande vantagem desse tipo de material é o quanto ele é maleável. Ao mesmo tempo em que oferece uma estrutura rígida por baixo da borracha, apresenta flexibilidade diante de um obstáculo.

 

2. Pneu vazado

Para não deixar dúvidas de que se trata de um truque, observe a foto e repare no interior do pneu, exatamente onde aparece essa sequência de “V” que forma um belo design. Consegue enxergar o vão entre elas? Essa é mais uma prova que não existe nenhum ar pressurizado lá dentro. Por isso mesmo, os chamados “ombros” do pneu podem ser abertos.

 

3. Montagem junto com a roda

A má notícia é que essa nova tecnologia não permite ficar trocando as rodas quando quiser, pois elas são montadas junto com os pneus. Segundo a fabricante, tentar substituir a roda faria com que o sistema perdesse toda sua eficiência.

 

4. Durabilidade:

A Michelin afirma que o pneu com fibra de vidro é três vezes mais durável do que qualquer pneu a ar. De acordo com a marca, a maior resistência vem justamente do fato de que o pneu não corre o risco de furar ou estourar, tendo que resistir apenas ao desgaste diário.

 

5. Fabricação por impressora 3D

A Michelin também revelou que os pneus Uptis são feitos a partir de materiais renováveis ou de origem biológica. Mas o mais inovador é que esse tipo de pneu poderá ser produzido através de impressoras 3D.

 

O projeto está em curso desde 2017, sendo que, desde 2019, os novos pneus Uptis já são testados no carro elétrico Chevrolet Bolt.