Esta picape quer ser a Toro chinesa, mas elétrica e com porte de Hilux

16/08/2022



 

Talvez você já tenha ouvido falar da Geely, uma fabricante chinesa que durante um breve período chegou a ser representada no Brasil, com oferta de um sedan compacto, o EC7, e um subcompacto com visual inspirado nos pandas, o GC2.

 

No Brasil sua empreitada não deu certo, mas na China ela é uma das maiores fabricantes automotivas. E vem apostando forte na eletrificação, através de uma marca chamada Radar, recém lançada por lá e que ficará dedicada apenas a veículos elétricos.

 

Pois a Radar quer estrear já chutando a porta do mercado chinês, com um produto de forte apelo comercial, a picape RD6. Por lá, ela tentará surtir o mesmo efeito que a Fiat Toro causou entre os brasileiros: uma picape monobloco, sempre cabine dupla e com pegada urbana. A diferença é que ela é elétrica e tem porte análogo ao de uma Toyota Hilux.

 

São 5,26 metros de comprimento, 1,90 m de largura e 1,83 m de altura, com 3,12 m de entre-eixos. Como comparação, a Toro mede 4,92 m, 1,84 m, 1,75 m e 2,99 m, respectivamente nas mesmas dimensões, enquanto a Hilux possui 5,26 m, 1,84 m, 1,82 m e 3,09 m. Ou seja, a Radar RD6 é até um pouco maior do que a picape média da Toyota.

 

Ainda assim, o foco do modelo está mais em consumidores preocupados com status e estilo de vida, próximos aos que a Stellantis pretendia conquistar no Brasil quando lançou a Toro. E quando lembramos que os chineses compram carros com porte médio bem maior que os brasileiros, a equação entre público-alvo e porte da RD6 passam a fazer mais sentido.

 

Classificada como “um dos lançamentos mais quentes de 2022” pelo site CarNewsChina, o novo utilitário chinês com caçamba é construído sobre uma plataforma modular chamada pela Geely de SEA, sigla em inglês para “Arquitetura de Experiência Sustentável” e que faz um trocadilho com a palavra “mar” no idioma anglófono.

 

Daí já se entende que é um produto elétrico, que quer ser amigo do meio ambiente. Seu conjunto de baterias, montado no assoalho, possui 100 kWh de capacidade, o que rende um alcance de até 600 km no ciclo NEDC. O modelo permite recargas rápidas até um limite de 120 kW, o que significa o preenchimento de 80% da carga em tempo estimado de 30 minutos.

 

 

Como uma boa picape média, como a Hilux, e não intermediária, como a Toro, a Radar RD6 possui tração prioritariamente traseira, proporcionada por um motor elétrico traseiro de pujantes 271 cv, o que faz a picape ir de 0 a 100 km/h em cerca de 6 segundos. Não há informações, ainda, sobre oferta de tração 4x4.

 

Por fora, seus traços são retilíneos, sem muitos invencionismos e até um pouco ultrapassados para as tendências atuais da indústria. Tanto que as rodas de liga leve aro 17 já estão sendo consideradas pequenas demais para seu tamanho.

 

Por dentro, a RD6 segue a mesma pegada sóbria, com quadro de instrumentos acoplado ao próprio painel, difusores de ar com desenho convencional e uma central multimídia destacada, em tela gigante, mas ainda horizontal. O console central é elevado e a manopla de câmbio emula um manche de avião.

 

A chegada da Radar RD6 às lojas está programada para 9 de setembro. Antes, ela fará sua primeira aparição ao público no Salão do Automóvel de Chengdu, no próximo dia 26.