Acabou para o SW4? Toyota registra novo SUV híbrido no Brasil

21/07/2025



Com o novo IPI anunciado pelo Governo Federal dentro do Programa Carro Sustentável, até mesmo comerciais leves a diesel e sem eletrificação entram na mira de uma taxação maior. Então o registro do Toyota 4Runner no Brasil começa a parecer mais do que apenas uma proteção do visual do carro ante possíveis cópias indevidas.

 

O 4Runner revelado nos EUA no ano passado oferece motorização a gasolina auxiliada por sistema híbrido leve, podendo escapar do IPI maior. E mais, também poderia ser uma resposta da Toyota para o Ford Everest. Ambos são SUVs derivados de picapes que utilizam chassi de longarinas e dotados de motores a gasolina. O 4Runner deriva da Tacoma, que tem um porte ligeiramente maior ao da nossa Hilux e é comercializado somente na América do Norte. Já o Everest deriva da Ranger e já é vendida na Argentina, ainda que importada da Tailândia, há especulações para sua produção no país vizinho.

 

O que o Toyota 4Runner oferece?

Completamente reformulado após anos de atualizações pontuais, o Toyota 4Runner 2025 foi revelado nos EUA em 2024, aperfeiçoando a já conhecida fórmula off-road e ganhando importantes avanços tecnológicos e dinâmicos. De quebra, mudou também o conjunto mecânico e passa a ser oferecido pela primeira vez em versão híbrida.

 

A motorização em questão é do tipo I-Force Max, que combina propulsor 2.4 turbo a gasolina com motor elétrico de 48 cv para entregar potência combinada de 330 cv e 64,3 kgfm de torque. Em variante convencional, sem motor elétrico auxiliar, o conjunto entrega 282 cv e 43,8 kgfm. O câmbio é automático de 8 marchas, substituindo a antiga caixa de apenas 5 posições usada até então. O velho motor 4.0 V6 a gasolina, que acompanhava o 4Runner há décadas, também foi aposentado.

 

Para comparação, o Ford Everest vendido na Argentina é equipado com um motor 2.3 turbo a gasolina entregando que desenvolve 300 cv de potência e 45,5 kgfm de torque, conjunto acoplado a uma transmissão automática de 10 marchas e tração 4x4 com caixa de redução divorciada.

 

A plataforma adotada é a conhecida base TNGA-F da Toyota, que sustenta uma série de veículos robustos da marca. É o caso das picapes Tacoma e Tundra, além dos SUVs Land Cruiser Prado, Land Cruiser 300 e Sequoia. A arquitetura permite tração traseira, nas quatro rodas em tempo parcial e ou nas quatro rodas em tempo integral, dependendo da aplicação.

 

Todos as versões com tração apenas traseira têm diferencial de deslizamento limitado, enquanto os modelos 4x4 trazem adicionalmente uma caixa de transferência de duas velocidades controlada eletronicamente, bem como controle ativo de tração. Há também o que a Toyota chama de 'novo mecanismo de desconexão da barra estabilizadora para melhor articulação'. O 4Runner tem um ângulo de entrada de 32 graus e ângulo de saída de 24 graus.

 

Por dentro, as versões mais simples têm tela sensível ao toque de 8 polegadas e painel de instrumentos digital de 7". Nas mais caras, as telas crescem e alcançam até 14". Cada versão do 4Runner 2025 recebe como padrão o pacote Safety Sense 3.0 da Toyota, que inclui frenagem automática de emergência com detecção de pedestres, controle de cruzeiro adaptativo, assistência de faixa, reconhecimento de sinais de trânsito e assistência de farol alto.

 

Acabou para o SW4?

Muito cedo para dizer. Ainda que tenha preços elevados - variando entre R$ 412.190 e R$ 469.890 - e tenha uma plataforma veterana no mercado, o Toyota SW4 domina seu segmento e tem público cativo exatamente por oferecer motor a diesel e tração 4x4. Também ainda é cedo para determinar como cada montadora irá reagir à nova cobrança de IPI, mas, ao que tudo indica, o registro do 4Runner no Brasil pode indicar que a Toyota está se preparando case precise fazer mudanças.